Os murais de Almada Negreiros e as Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde d’Óbidos: história e valor contemporâneo turma ACD_6_2024
Apresentação
As Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde d’Óbidos foram selecionadas pela edição de 2022 do programa Watch do World Monuments Fund entre um dos vinte e cinco sítios patrimoniais que merecem o apoio do WMF, de entre mais de 225 candidaturas oriundas de todo o mundo. A sua seleção neste programa constitui uma oportunidade para iniciar a sua preservação, motivando a sua inclusão na vida urbana dos lisboetas e no debate público dos portugueses, e apostando na divulgação matizada da história para a construção de um diálogo aberto, em especial com as comunidades de países com quem partilhamos uma raiz cultural comum. Estes dois edifícios, são apenas dois entre os que o arquitecto Porfírio Pardal Monteiro (1897-1957) projetou em Lisboa em colaboração com o Ministério das Obras Públicas e Comunicações. Nesta ACD dar-se-á a conhecer a obra de pintura mural de Almada Negreiros através da investigação que está a ser levada a cabo no âmbito do projeto ALMADA, coordenado pelo Laboratório HERCULES da Universidade de Évora (https://almadanegreiros.uevora.pt/). Com base em vídeos e imagens, apresentam-se as obras pintadas pelo artista em Lisboa entre 1939 e 1956, bem como os estudos em curso para apurar as técnicas pictóricas, materiais empregues e o seu estado de conservação. São também apresentadas algumas descobertas e dados analíticos inéditos que lançam uma nova luz sobre as encomendas e métodos de trabalho do artista. O Plano Nacional das Artes está a implementar uma estratégia de democracia cultural que nos coloca lado a lado com as comunidades, pretendemos que as escolas se assumam como polos culturais e toda a comunidade como território educativo. Urge reforçar junto das organizações culturais a consciência da sua dimensão educativa e do seu impacto social e cultural. Devemos reconhecer estas organizações como lugares onde nos reconciliamos com o passado, onde desenvolvemos a atenção sobre nós próprios, refletindo sobre a relação que estabelecemos com o mundo e com todas as entidades que o habitam. Salienta-se, ainda, a apresentação do fenómeno migratório comummente conhecido como o Retorno das antigas colónias portuguesas em África. Ocorrido no rescaldo da Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, marcou os espíritos não só pelo contexto em que ocorreu, de elevada turbulência económica, política e social, conhecido como "Processo Revolucionário em Curso" (1974-1976), mas também pela sua dimensão, já que se estima que mais de meio milhão de portugueses chegaram, ou na maioria dos casos, regressaram a Portugal num curto espaço de tempo. Baseada em fontes de arquivo, debates parlamentares, imprensa portuguesa e história oral, esta comunicação pretende responder às seguintes questões: i) Que medidas foram implementadas pelas novas autoridades portuguesas para repatriar, acomodar e integrar os retornados na sociedade portuguesa? ii) Como é que a população repatriada foi percecionada pela antiga metrópole? iii) Como é que os retornados recordam a sua saída de África e a sua instalação no Portugal pós- colonial? O movimento de refugiados da Segunda Guerra Mundial por Portugal no âmbito do tráfego marítimo transatlântico e da cooperação entre as entidades portuguesas e as organizações de salvamento e auxílio a refugiados. Começando no período ante- guerra, abordando os anos 1939-41 e concluindo com o final da guerra, abordamos as questões políticas, burocráticas e financeiras que determinaram os destinos de milhares de refugiados que passaram por Portugal. Serão discutidos alguns exemplos emblemáticos de circuitos marítimos, e apresentados exemplos de famílias e indivíduos para quem os portos de Lisboa serviram de portal para uma nova vida.
Destinatários
Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico, Secundário e Educação Especial
Releva
Despacho n.º 5741/2015 - Enquadra-se na possibilidade de ser reconhecida e certificada como ação de formação de curta duração a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 22/2014.
Objetivos
Conhecer as Gares Marítimas de Alcântara e Rocha Conde de Óbidos; II. Entender o papel das Gares na história, e o seu enquadramento sociológico, político e artístico; III. Facilitar a construção de um diálogo aberto, em especial com as comunidades de países com quem partilhamos uma raiz cultural comum. IV. Reconhecer o contexto histórico-político e o panorama arquitetónico que em que foram desenvolvidos planos de desenvolvimento da orla ribeirinha, salientando o contributo de Pardal Monteiro na modernização da “capital do Império”; V. Destacar constrangimentos impostos aos artistas, através de trabalhos remunerados, encomendados para decoração de edifícios públicos; VI. Caraterizar a evolução da obra de Almada Negreiros, através dos murais das duas gares, salientando a acentuada geometrização das formas da segunda encomenda em relação à primeira, identificando diferenças e estabelecendo considerações; VII. Salientar o papel da arte na promoção da Educação para a Cidadania; VIII. Pensar em formas de colaboração Escola/Gares Marítimas; IX. Utilizar os murais de Almada Negreiros para suscitar nos alunos a análise de referências visuais, questionar as suas origens, simbologias, estórias, e debater temas; X. Identificar várias versões do passado; XI. Fomentar uma visão critica do presente; XII. Valorizar a reflexão, colaboração e partilha, entre agentes educativos diversificados; XIII. Constatar possibilidades para projetos transdisciplinares com recursos à pedagogia das artes e dos patrimónios.
Metodologias
Com base em metodologias, reflexivas e colaborativas, sob a forma de Seminário, os formandos têm oportunidade de conhecer as gares marítimas e o seu envolvente histórico e artístico. Sendo um seminário com um público alvo diversificado fomenta-se a articulação entre parceiros e instituições, contribuindo para que a escola seja um polo cultural e a comunidade território educativo. Pretende-se que, com recurso à pedagogia das artes e património, identifiquem situações de aprendizagens facilitadoras da implementação de projetos transdisciplinares e desenvolvimento das competências do perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória.
Avaliação
Frequência
Modelo
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